Flexibilidade ganha peso nos pacotes
O benefício flexível é a política mais avançada de gestão, afirma Rossane
Pereira, vice-presidente do Grupisa. Ela lembra que, anteriormente, o plano de
benefícios era voltado para a faixa salarial. Atualmente, as empresas estão
abrindo para as pessoas escolherem os benefícios. Para Rossane, hoje, os
benefícios têm forte peso forte na atração e retenção dos talentos e os
profissionais chegam a repensar a carreira em prol deles.
"A previdência privada, por exemplo, consegue atrair e manter. Se o
funcionário pensa em sair da empresa, a perda do plano pode fazê-lo desistir;
para quem quer entrar, é atrativo", explica. Pianucci, da HP, concorda. O
diretor acredita que a remuneração indireta é um dos fatores que mais retém e
motivam, mas as estratégias de retenção e motivação não devem ser baseados
somente nela. A gerente de desenvolvimento e retenção de talentos do Ibope,
Vivian Broger, é da mesma opinião. Para ela, um bom plano de benefícios
alinhado aos melhores do mercado atrai, retém e motiva os funcionários.
"Sem dúvida um bom plano é atrativo para os melhores profissionais",
afirma.
Assim como a executiva do Ibope, Rossane, do Grupisa, lembra que o
desenvolvimento profissional, com subsídios para educação, em um futuro próximo
deve fazer parte do pacote de benefícios da empresa. Hoje, ela afirma, esses
investimentos ainda não têm conotação de benefícios.
A mesma filosofia é aplicada na Boehringer Ingelheim. A gerente de RH,
Elisabete Vertematti Guimarães, afirma que a oportunidade de desenvolvimento na
empresa é um diferencial. "A empresa é conhecida por oportunidades fora do
Brasil, com intercâmbio internacional. Nacionalmente, damos subsídio para
MBA", explica. Elisabete diz que a política usual de remuneração pode e
deve andar ao lado do programa de motivação, mas também deve ser alinhado a
outras práticas da empresa. "As políticas são modernas e alinhadas às
necessidades dos profissionais. Os benefícios promovem condições favoráveis
para que os empregados não se preocupem, por exemplo, com questões de
saúde".
Na Dow Química, o programa de benefícios também tem como um dos focos o
aprendizado. O diretor de RH para América Latina da Dow, Vicente Teixeira,
afirma que o programa de benefícios é um dos responsáveis pelo baixo
rotatividade de empregados na empresa, em 2% ao ano. Há nove anos nas listas de
melhores empresas para se trabalhar, Teixeira acredita que a empresa é
reconhecida pelo mercado por sua política agressiva de benefícios e salários.
Um bom plano de benefícios reflete a imagem da empresa, afirma Rossane, do
Grupisa. "Sem dúvida, o plano de benefício oferecido faz com que o mercado
entenda que é uma empresa que olha as pessoas e para a gestão de gente. A
empresa só inova, cresce e produz com pessoas. Tecnologia hoje virou
commodity", considera.