OLINTO PEGORARO – ÉTICA E CIÊNCIA
“Sabemos que as duas modalidades de conhecimento - saber científico e saber simbólico - visam resultados muito diferentes: enquanto a tecnociência tende a explicar cabalmente seu objeto de estudo geralmente muito restrito, o saber simbólico nunca chega a uma explicação final - ele visa explicitar e esclarecer o sentido da coisa; ora, o sentido nunca é único e universal; existem várias maneiras de pensar o sentido da realidade para torná-la mais clara e transparente. Numa palavra, enquanto o saber técnico tenta explicar definitivamente um objeto, o saber simbólico visa elucidá-lo através de uma hermenêutica do sentido. Um saber precisa do outro. Assim, o saber simbólico ganha firmeza e concretude ao servir-se das informações da Ciência; graças às informações biológicas, a Ética, a Religião, a Filosofia, o Direito e a Psicologia podem elaborar teorias globais em bases mais seguras. Do mesmo modo, o saber científico reconhece a importância do saber simbólico para enquadrar seus resultados na história da evolução e no crescimento cultural das pessoas e das sociedades. Ao mesmo tempo, a interação dos dois saberes coíbe a tentação do fundamentalismo dogmático. Com efeito, hoje são poucos os cientistas que entendem a ciência como última explicação de tudo. Por seu turno, o saber simbólico vai esquecendo o antigo sonho da verdade única e universal da Metafísica e da Teologia fundados em princípios eternos.”
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