sábado, 23 de agosto de 2008

780 HISTÓRIA OCULTA DA RAÇA HUMANA

Declaração de Veneza

Comunicado final do Colóquio “A Ciência Diante das Fronteiras do Conhecimento” Veneza, 7 de março de 1986.

Os participantes do colóquio “A Ciência Diante das Fronteiras do Conhecimento”, organizado pela UNESCO, com a colaboração da Fundação Giorgio Cini (Veneza, 3-7 de março de 1986), animados pôr um espírito de abertura e de questionamento dos valores de nosso tempo, ficaram de acordo sobre os seguintes pontos:

1. Somos testemunhas de uma revolução muito importante no domínio da ciência, provocada pela ciência fundamental (em particular a física e a biologia), devido a transformação que ela traz à lógica, à epistemologia e também, através das aplicações tecnológicas, à vida de todos os dias. Mas, constatamos, ao mesmo tempo, a existência de uma importante defasagem entre a nova visão do mundo que emerge do estudo dos sistemas naturais e os valores que ainda predominam na filosofia, nas ciências do homem e na vida da sociedade moderna. Pois estes valores baseiam-se em grande parte no determinismo mecanicista, no positivismo ou no niilismo. Sentimos esta defasagem como fortemente nociva e portadora de grandes ameaças de destruição de nossa espécie.

2. O conhecimento científico, devido a seu próprio movimento interno, chegou aos limites onde pode começar o diálogo com outras formas de conhecimento. Neste sentido, reconhecendo os diferenças fundamentais entre a ciência e a tradição, constatamos não sua oposição mas sua complementaridade. O encontro inesperado e enriquecedor entre a ciência e as diferentes tradições do mundo permite pensar no aparecimento de uma nova visão da humanidade, até mesmo num novo racionalismo, que poderia levar a uma nova perspectiva metafísica.

3. Recusando qualquer projeto globalizante, qualquer sistema fechado de pensamento, qualquer nova utopia, reconhecemos ao mesmo tempo a urgência de uma procura verdadeiramente transdisciplinar, de uma troca dinâmica entre as ciências “exatas”, as ciências “humanas”, a arte e a tradição. Pode-se dizer que este enfoque transdisciplinar está inscrito em nosso próprio cérebro, pela interação dinâmica entre seus dois hemisférios. O estudo conjunto da natureza e do imaginário, do universo e do homem, poderia assim nos aproximar mais do real e nos permitir enfrentar melhor os diferentes desafios de nossa época.

4. O ensino convencional da ciência, por uma apresentação linear dos conhecimentos, dissimula a ruptura entre a ciência contemporânea e as visões anteriores do mundo. Reconhecemos a urgência da busca de novos métodos de educação que levem em conta os avanços da ciência, que agora se harmonizam com as grandes tradições culturais, cuja preservação e estudo aprofundado parecem fundamentais. A UNESCO seria a organização apropriada para promover tais idéias.

5. Os desafios de nossa época: o desafio da autodestruição de nossa espécie, o desafio da informática, o desafio da genética, etc., mostram de uma maneira nova a responsabilidade social dos cientistas no que diz respeito à iniciativa e à aplicação da pesquisa. Se os cientistas não podem decidir sobre a aplicação da pesquisa, se não podem decidir sobre a aplicação de suas próprias descobertas, eles não devem assistir passivamente à aplicação cega destas descobertas. Em nossa opinião, a amplidão dos desafios contemporâneos exige, por um lado, a informação rigorosa e permanente da opinião pública e, por outro lado, a criação de organismos de orientação e até de decisão de natureza pluri e transdisciplinar.

6. Expressamos a esperança que a UNESCO dê prosseguimento a esta iniciativa, estimulando uma reflexão dirigida para a universalidade e a transdisciplinaridade. Agradecemos a UNESCO que tomou a iniciativa de organizar este encontro, de acordo com sua vocação de universalidade.

Agradecemos também a Fundação Giorgio Cini por ter oferecido este local privilegiado para a realização deste fórum.

Signatários

- Professor D.A. Akyeampong (Gana), físico-matemático, Universidade de Gana.

- Professor Ubiratan D’Ambrosio (Brasil), matemático, coordenador geral dos Institutos, Universidade Estadual de Campinas.

- Professor René Berger (Suiça), professor honorário, Universidade de Lausanne.

- Professor Nicolo Dallaporta (Itália), professor honorário da Escola Internacional dos Altos Estudos em Trieste.

- Professor Jean Dausset (França), Prêmio Nobel de Fisiologia e de Medicina (1980), Presidente do Movimento Universal da Responsabilidade Científica (MURS França).

- Senhora Maîtraye Devi (Índia), poeta-escritora.

- Professor Gilbert Durand (França), filósofo, fundador do Centro de pesquisa sobre o imaginário.

- Dr. Santiago Genovès (México), pesquisador no Instituto de pesquisa antropológica, Acadêmico titutlar da Academia nacional de medicina.

- Dr. Susantha Goonatilake (Sri Lanka), pesquisador, antropologia cultural.

- Prof. Avishai Margalit (Israel), filósofo, Universidade hebraica de Jerusalém.

- Prof. Yujiro Nakamura (Japão), filósofo-escritor, professor na Universidade de Meiji.

- Dr. Basarab Nicolescu (França), físico, C.N.R.S.

- Prof. David Ottoson (Suécia), Presidente do Comitê Nobel pela fisiologia ou medicina, Professor e Diretor, Departamento de Fisiologia, Instituto Karolinska.

- Sr. Michel Random (França), filósofo, escritor.

- Sr. Facques G. Richardson (França-Estados Unidos), escritor científico.

- Prof. Abdus Salam (Paquistão), Prêmio Nobel de Física (1979), Diretor do Centro internacional de física teórica, Trieste, Itália, representado pelo Dr. L.K. Shayo (Nigéria), professor de matemáticas.

- Dr. Rupert Sheldrake (Reino Unido), Ph.D. em bioquímica, Universidade de Cambridge.

- Prof. Henry Stapp (Estados Unidos da América), físico, Laboratório Lawrence Berkeley, Universidade da Califórnia Berkeley.

- Dr. David Suzuki (Canadá), geneticista, Universidade de British Columbia.

* Michael A. Cremo, autor e investigador cientifico especializado em história e filosofia da ciência. Seus oito anos de persistentes investigações arqueológicas o capacitaram a escrever “Arqueologia Proibida” - um épico que sacudiu o meio cientifico mundial ao catalogar evidências científicas que desafiam as teorias atuais sobre a evolução humana e a datação hisrórica, por exemplo. Seus últimos livros acadêmicos incluem: “Puranic Time and the Archeological Record”, apresentado no Congresso Mundial de Arqueologia 3 (Nova Deli, India, dezembro 4-11, 1994); “The Impact of Forbidden Archeology“, apresentado no Instituto da Universidade Estadual do Kentucky - na Sexta Conferência Interdisciplinar de Estudos Científicos e Culturais (30 de março a 1 de abril de 1995).

** Richard L. Thompson, Ph.D. em matemática e autor de vários livros e artigos científicos sobre biologia evolucionária. Em 1984, inicia uma série intensa de pesquisas que culminaram com extraordinários e reveladores livros em parceria com Michael A. Cremo.

Nota

Este artigo é uma apresentação, resumo do livro “Forbidden Archeology - The Hidden History of the Human Race” feito pelos próprios autores.

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