segunda-feira, 10 de setembro de 2007

166 KAMIKASES

Em outras culturas, o suicídio pode ser considerado um grande ato em defesa da própria honra e ombridade. No Japão, por exemplo, a valorização da dicotomia vida/morte, construiu um ideário que coloca o suicídio como uma saída ética, muitas vezes radical e inevitável. Daí surgir uma "casta" de indivíduos "nascidos para morrer" - interessante a semelhança com o conceito yorubano de abiku, isto é, indivíduos que nascem para morrer (cedo) - os Kamikazes. Mas nem só os bélicos cometiam o suicídio lá na terra do sol nascente... Poetas, como Yukio Mishima, e místicos, como Chujiro Hayashi (foto), um dos principais difusores da técnica Reiki de terapia, também cometeram o harakiri. Vejam seu dilema ético: como Oficial Médico da Marinha japonesa estava convocado para participar com seu país da 2ª Guerra Mundial (1939-1945), mas havia alguns anos que se tornara Mestre Reiki, tendo recebido seus ensinamentos diretamente de Mikao Usui, monge budista fundador da técnica. Em sua terra, hoje em dia, os Mestres Reiki são conhecidos como "aqueles que trabalham para Deus", ele, um dos que estavam iniciando essa missão, não se considerava mais capaz de agir para causar qualquer tipo de infortúnio a qualquer pessoa. Entretanto, não podia deixar de honrar sua amada pátria. Ponto final: harakiri. Harakiri ou Pearl Harbor o dilema ético é o dilema espiritual do homem.

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