segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

992 10 MELHORES SAMBAS DAS ESCOLAS DO RIO DE JANEIRO

PAÍS DO CARNAVAL RIO DE JANEIRO A CAPITAL CARNAVALESCA DO BRASIL A COISA TÁ FERVENDO NESSE FEVEREIRO SEM CHUVA COMO O CARIOCA GOSTA MUITA DIVERSÃO SEM PERDER O EQUILÍBRIO!!! NO ESPÍRITO DO CARNAVAL: ESSES SÃO OS MEUS TOP TEN DOS SAMBAS CARIOCAS

01 - OS SERTÕES

GRES EM CIMA DA HORA 1976

02 - AQUARELA BRASILEIRA

IMPÉRIO SERRANO 1964

03 - BUM-BUM PATICUMBUM PRUGURUNDUM

GRES IMPÉRIO SERRANO 1982

04 - É HOJE

UNIÃO DA ILHA 1982

05 - DOMINGO

GRES UNIÃO DA ILHA DO GOVERNADOR 1977

06 - O AMANHÃ

GRES UNIÃO DA ILHA DO GOVERNADOR 1978

07 - DAS MARAVILHAS DO MAR, FEZ-SE O RESPLENDOR DE UMA NOITE

PORTELA 1981

08 - O TEU CABELO NÃO NEGA (SÓ DÁ LALÁ)

GRES IMPERATRIZ LEOPOLDINENSE 1981

09 - A LENDA DAS SEREIAS – RAINHAS DO MAR

GRES IMPÉRIO SERRANO 1976

10 - SONHO DE UM SONHO

VILA ISABEL 1980

991 01 - OS SERTÕES GRES EM CIMA DA HORA 1976

01 - OS SERTÕES GRES EM CIMA DA HORA 1976 Autor Edeor de Paula

OS SERTÕES

Marcado pela própria natureza
O Nordeste do meu Brasil
Oh! solitário sertão
De sofrimento e solidão
A terra é seca
Mal se pode cultivar
Morrem as plantas e foge o ar
A vida é triste nesse lugar
Sertanejo é forte
Supera miséria sem fim
Sertanejo homem forte
Dizia o poeta assim
Foi no século passado
No interior da Bahia
Um homem revoltado com a sorte
Do mundo em que vivia
Ocultou-se no sertão
Espalhando a rebeldia
Se revoltando contra a lei
Que a sociedade oferecia
Os jagunços lutaram
Até o final
Defendendo Canudos
Naquela guerra fatal

990 02 - AQUARELA BRASILEIRA – IMPÉRIO SERRANO 1964

02 - Aquarela Brasileira – IMPÉRIO SERRANO 1964

(Silas De Oliveira)

Império Serrano 1964

Vejam esta maravilha de cenário
É um episódio relicário
Em que o artista 
Num sonho genial
Escolheu para este carnaval 
E o asfalto como passarela
Será aquela 
O Brasil em forma de aquarela 
Passeando pelas cercanias do Amazonas 
Conheci vastos seringais 
E no Pará, na ilha de Marajó
E a velha cabana do Timbó 
Caminhando ainda um pouco mais 
Deparei com lindos coqueirais 
Estava no Ceará
Terra de Irapuã, de Iracema, e Tupã
Fiquei radiante de alegria 
Quando cheguei à Bahia 
Bahia de Castro Alves e do acarajé 
Das noites de magia 
Do Candomblé
E pude atravessar 
As matas do Imbú
Assisti em Pernambuco 
A festa do frevo e do maracatu
Brasília tem o seu destaque 
Na arte, na beleza e arquitetura 
Feitiços de garoa pela serra
São Paulo engrandece a nossa terra
Do Leste por todo Centro-Oeste
Tudo é belo, e tem lindo matiz
E o Rio 
O Rio de sambas e batucadas 
De malandros e mulatas 
De requebros febris 
Brasil, essas nossas verdes matas 
Cachoeiras e cascatas 
De colorido sutil
E neste lindo céu azul de anil 
Emolduram em aquarela
Meu Brasil
Lá, lá, lá, lá, ia

989 03 - BUM-BUM PATICUMBUM PRUGURUNDUM GRES IMPÉRIO SERRANO - 1982

03 - BUM-BUM PATICUMBUM PRUGURUNDUM GRES IMPÉRIO SERRANO - 1982

Autores: Beto Sem Braço e Aluísio Machado

BUM-BUM PATICUMBUM PRUGURUNDUM

Enfeitei meu coração
De confete e serpentina
Minha mente se fez menina
Num mundo de recordação
Abracei a Coroa Imperial
Fiz meu carnaval
Extravasando toda minha emoção
Oh ! Praça Onze tu es imortal
Teus braços embalaram o samba
A sua apoteose é triunfal
De uma barrica se fez uma cuíca
De outra barrica um surdo de marcação 
 
 
 
Com reco-reco, pandeiro e tamborim            
E lindas baianas o samba ficou assim          
 
 
 
E passo a passo no compasso o samba cresceu
Na Candelária construiu seu apogeu
As burrinhas que imagem, para os olhos um prazer
Pedem passagem pros Moleques de Debret
"As Africanas", que quadro original
Iemanjá, Iemanjá enriquecendo o visual
 
 
 
Vem meu amor manda a tristeza embora
É carnaval, é folia neste dia ninguém chora
 
 
 
Super Escolas de Samba S.A.
Super alegorias
Escondendo gente bamba
Que covardia
Bumbum Paticumbum Prugurundum              
O nosso samba minha gente é isso aí
Bumbum Paticumbum Prugurundum         
Contagiando a Marquês de Sapucaí

988 04 - É HOJE UNIÃO DA ILHA 1982

04 - É Hoje União da Ilha 1982

(Almir Da Ilha)

A minha alegria atravessou o mar  
E ancorou na passarela     
Fez um desembarque fascinante  
No maior show da terra   
 
Será  que eu serei o dono dessa festa  
Um rei  
No meio de uma gente tão modesta   
 
Eu vim descendo a serra  
Cheio de euforia para desfilar 
O mundo inteiro espera  
Hoje é dia do riso chorar   
 
Levei o meu samba pra mãe de santo rezar                     
Contra o mal olhado eu carrego meu patuá  
Eu levei!  x2
  
Acredito  
Acredito ser o mais valente 
nessa luta do rochedo como
mar  
E como ar!  
É hoje o dia da alegria  
E a tristeza, nem pode pensar em chegar   
        
Diga espelho meu!  
Diga espelho meu   
Se há na avenida alguém mais feliz que eu    
Diga espelho meu  
Se há na avenida alguém mais feliz que eu

987 05 - DOMINGO GRES UNIÃO DA ILHA DO GOVERNADOR - 1977

05 - DOMINGO GRES UNIÃO DA ILHA DO GOVERNADOR - 1977 Autores: Aurinho da Ilha, Ione do Nascimento, Ademar Vinhais, Waldir da Vala

DOMINGO

Vem amor
Vem a janela ver o sol nascer
Na sutileza do amanhecer
Um lindo dia se anuncia
Veja o despertar da natureza
Olha amor quanta beleza
O Domingo é de alegria
 
No Rio colorido pelo sol
As morenas na praia
Que gingam no samba
E no meu futebol
 
Veleiros que passeiam pelo mar
E as pipas vão bailando pelo ar
E no cenário de tão lindo matiz
O carioca segue o Domingo feliz
Vai o sol e a lua traz o manto
Novas cores, mais encanto
A noite é maravilhosa
E o povo na boate ou gafieira
Esquece da Segunda-feira
Nesta cidade formosa
 
Há os que vão pra mata
Pra cachoeira ou pro mar
Mas eu que sou do samba
Vou pro terreiro sambar

986 06 O AMANHÃ GRES UNIÃO DA ILHA DO GOVERNADOR - 1978

06 - O AMANHÃ GRES UNIÃO DA ILHA DO GOVERNADOR - 1978 Autor: JOÃO SÉRGIO

O AMANHÃ

A cigana leu o meu destino
Eu sonhei bola de cristal
Jogo de búzios, cartomante
Eu sempre perguntei
O que será o amanhã
Como vai ser o meu destino
Já desfolhei o mal-me-quer
Primeiro amor de um menino
E vai chegando o amanhecer
Leio a mensagem zodiacal
E o realejo diz
Que eu serei feliz
 
Como será o amanhã
Responda quem puder
O que irá me acontecer
O meu destino será como
Deus quiser

985 07 DAS MARAVILHAS DO MAR, FEZ-SE O RESPLENDOR DE UMA NOITE GRES PORTELA - 1981

07 - DAS MARAVILHAS DO MAR, FEZ-SE O RESPLENDOR DE UMA NOITE GRES PORTELA - 1981

Autor(es) David Corrêa e Jorge Macedo

DAS MARAVILHAS DO MAR, FEZ-SE O RESPLENDOR DE UMA NOITE

Deixa-me encantar 
Com tudo teu e revelar lá, rá, rá
O que vai acontecer
Nesta noite de esplendor
O mar subiu na linha do horizonte
Desaguando como fonte
Ao vento a ilusão teceu
O mar, oi o mar, por onde andei mareou, mareou
Rolou na dança das ondas
No verso do cantador

 
 
Dança quem tá na roda                     
Roda de brincar                                 
Prosa na boca do tempo                  
E vem marear                                     

 
 
Eis o cortejo irreal
Com as maravilhas do mar
Fazendo o meu carnaval
É a vida a brincar
A luz raiou pra clarear a poesia
Num sentimento que desperta na folia
Amor !  Amor !
Amor sorria, ôôô
Um novo dia despertou

 
 
E lá vou eu
Pela imensidão do mar
Esta onda que borda a avenida de espuma
Me arrasta a sambar

984 08 - O TEU CABELO NÃO NEGA (SÓ DÁ LALÁ) GRES IMPERATRIZ LEOPOLDINENSE- 1981

08 - O TEU CABELO NÃO NEGA (SÓ DÁ LALÁ) GRES IMPERATRIZ LEOPOLDINENSE- 1981

Autor(es) Gibi, Serjão, Zé Catimba

O TEU CABELO NÃO NEGA (SÓ DÁ LALÁ)

Neste palco iluminado
Só dá lalá
És presente imortal
Só dá lalá                (bis)
Nossa escola se encanta
O povão se agiganta
É dono do carnaval 
Lá lá lalá Lamartine
Lá lá lalá Lamartine
Em teu cabelo não nega
Um grande amor se apega
Musa divinal
Eu vou embora
Vou no trem da alegria     (bis)
Ser feliz um dia
Todo dia é dia
Linda morena
Com serpentinas enrolando foliões
Dominós e colombinas
Envolvendo corações
Quem dera
Que a vida fosse assim
Sonhar, sorrir
Cantar, sambar
E nunca mais ter fim

983 09 - A LENDA DAS SEREIAS – RAINHAS DO MAR GRES IMPÉRIO SERRANO - 1976

09 - A LENDA DAS SEREIAS – RAINHAS DO MAR GRES IMPÉRIO SERRANO - 1976 Autores: Vicente , Dionel e Veloso

A LENDA DAS SEREIAS – RAINHAS DO MAR

Oguntê, Marabô
Caiala, e sobá
Oloxum, Ynaê
Janaina e, Yemanjá
 
O mar misterioso mar 
Que vem do horizonte
É o berço das sereias
Lendário e fascinante
 
Olha o canto da sereia 
lalaô, okê, ialoá
Em noite de lua cheia
Ouço a sereia cantar
 
E o luar sorrindo
Então se encanta
Com a doce melodia
Os madrigais vão despertar
 
Ela mora no mar)
Ela brinca na areia)
No balanço das ondas)
A paz ela semeia)BIS
 
Toda a corte engalanada
transformando o mar em flor
vê o Império enamorado
chegar à morada do amor.
 
Oguntê, marabô)
Caiala, e sobá)
Oloxum, Ynaê)
Janaina, e Yemanjá)BIS
 
Olha o canto da sereia 
lalaó, oquê, ialoà
Em noite de lua cheia
Ouço a sereia cantar

982 10 - SONHO DE UM SONHO - VILA ISABEL 1980

10 - SONHO DE UM SONHO GRES UNIDOS DE VILA ISABEL - 1980 Autores: Martinho da Vila , Rodolpho, Graúna

SONHEI 
QUE  ESTAVA SONHANDO 
UM SONHO SONHADO
O SONHO DE UM SONHO 
MAGNETIZADO
AS MENTES ABERTAS
SEM BICOS CALADOS
JUVENTUDE DE ALERTA
OS SERES ALADOS!
  
SONHO MEU,
EU SONHAVA QUE SONHAVA (BIS) 
 
 
SONHEI
QUE EU ERA UM REI QUE REINAVA 
COMO UM SER COMUM
ERA UM POR MILHARES
MILHARES POR UM
COMO LIVRES RAIOS
RISCANDO OS ESPAÇOS
TRANSANDO O UNIVERSO
LIMPANDO OS MORMAÇOS.
  
AI DE MIM, AI DE MIM QUE NÃO SONHAVA! (BIS) 

 
NA LIMPIDEZ DO ESPELHO
SÓ VI COISAS LINPAS
COMO A LUA REDONDA
BRILHANDO NAS GRIMPAS
O SORRISO SEM FÚRIA
ENTRE RÉU E JUIZ,
A CLEMÊNCIA E A TERNURA
POR AMOR À CLAUSURA
A PRISÃO SEM TORTURA
INOCÊNCIA FELIZ!
  
AI, MEU DEUS,
FALSO SONHO QUE EU SONHAVA!
AI DE MIM!

domingo, 15 de fevereiro de 2009

981 INTERPRETAÇÃO DOS SONHOS

DREAM IS DESTINY NAMASTÊ

980 INTERPRETAÇÃO DOS SONHOS EM FREUD

1-INTRODUÇÃO. “O sonho é a estrada real que conduz ao inconsciente”, escreveu Freud em sua obra-prima A Interpretação dos Sonhos (Die Traumdeutung) . O livro levou dois anos (1898 e 1899) para ser escrito e nele Freud edificou os principais fundamentos da teoria psicanalítica , constituindo como o ponto de apoio para todo o desenvolvimento posterior da sua obra.. Para Freud, a essência do sonho é a realização de um desejo infantil reprimido. E foi a partir desse princípio que ele elaborou as bases do método psicanalítico. Antes de Freud, os sonhos eram considerados apenas símbolos, analisados como se fossem premonições ou manifestações divinas. Freud , por meio da análise dos sonhos, mostrou a existência do inconsciente e transformou algo tido pela ciência como o lixo do pensamento, no caso os sonhos, em um instrumento revelador da personalidade humana. Os sonhos mostram uma clara preferência pelas impressões dos dias imediatamente anteriores. Têm à sua disposição as impressões mais primitivas da nossa infância e até fazem surgir detalhes desse período de nossa vida que, mais uma vez, parecem-nos triviais e que, em nosso estado de vigília, acreditamos terem caído no esquecimento há muito tempo. Para que um sonho seja interpretado é necessário que não tentemos entendê-lo de uma só vez, na sua totalidade, pois devido a ser formado no inconsciente só existe afetos e fragmentos da realidade, logo muito confuso no primeiro momento. Devemos dividi-lo em partes de acordo com o contexto do paciente e vamos decifrando-o lentamente sem adotar um critério cartesiano, pois o mesmo fragmento de um conteúdo pode ocultar um sentido diferente quando ocorre em várias pessoas ou em situações diferentes. O sonho é justamente o fenômeno da vida psíquica normal em que os processos inconscientes da mente são revelados de forma bastante clara e acessível ao estudo. Na concepção freudiana, o sonho é um produto da atividade do Inconsciente e que tem sempre um sentido intencional, a saber: a realização ou a tentativa de realização - mais ou menos dissimulada, de uma tendência reprimida. Assim, os sonhos revelam a verdadeira natureza do homem, embora não toda a sua natureza, e constituem um meio de tornar o interior oculto da mente acessível a nosso conhecimento. O sonho e as histéricas iniciam a psicanálise, dão-lhe, com Freud, o sopro inicial. Na Teoria dos Campos, é claro, também se pensa o sonho. Despertos, nossos atos, idéias, sentimentos arranjam-se segundo as linhas de força que, ao dormir, emergirão como um episódio onírico. Nossa identidade, com seus “Eus” em diálogo ou disputa, é composta de enredos que melhor se apreciam nos sonhos. As personagens de tais enredos povoam também nossa realidade, esgueirando-se entre os objetos do dia a dia, encarnando-se num amigo, numa pessoa que nos desperta a paixão, em nós mesmos. Sonho após sonho se fazem presentes; até que um desses nos permita interpretar seu sentido e despertar do sonho em que estávamos imersos. O sonho pode deixar-nos tocar a rosa que vemos — e, ainda assim, estaremos sonhando. Existe um critério para determinar se estamos sonhando ou acordados, e esse é o critério puramente empírico do fato de acordarmos. Tudo o que experimentamos entre adormecer e acordar é ilusório quando, ao despertar, verificamos que estamos deitados na cama. Durante o sono, tomamos as imagens oníricas por imagens reais graças ao nosso hábito mental (que não pode ser adormecido) de supor a existência de um modo externo com o qual estabelecemos um contraste com o nosso ego. Assim sendo, a interpretação dos sonhos desvela, sobretudo, os conteúdos mentais, pensamentos, dados e experiências que foram reprimidos ou recalcadas, excluídos da consciência pelas atividades de defesa do ego e superego e enviadas para o inconsciente. A parte do id cujo acesso à consciência foi impedido, é exatamente a que se encontra envolvida na origem das neuroses. Portanto, o interesse de Freud pelos sonhos teve origem no fato de constituírem eles processos normais, com os quais todos estão familiarizados, mas que exemplificam processos atuantes na formação dos sintomas neuróticos. Surge o sonho, via de regra, numa zona congestionada do entrelaçamento dos campos, de onde resulta que seu conteúdo exprima regras atinentes a distintos temas psíquicos simultaneamente; por isso não possui um só sentido latente, mas uma rede de significações emocionais, o sonho é um momento diagnóstico por excelência, identifica o sujeito. Não é absurdo pedir explicações e associações ao paciente que conta um sonho, quer dizer, tratar o sonho como episódio distinto e fenômeno isolável. Faça isso quando achar oportuno, mas não se esqueça que a forma pela qual o sonho foi narrado e o conjunto inteiro das idéias que o cercam, ainda e sobretudo se não lhe parecem conectadas, são associações também, potencialmente. Com o sonhador, o analista sonha empaticamente, deixando-se levar pela iluminação que o sonho propicia, sem pressa, esperando que a precipitação insemine-lhe as idéias, para poder operar no mesmo ritmo do campo onírico. O sonho é uma defesa do sono, a isso pode acrescentar-se que o sonho aberto, essa história visual que se vive de noite e se conta de dia, é a oportunidade para sair de um sonho, da surda corrente subterrânea dos temas de que o sonho trata, cuja lógica preside ocultamente a vigília, até que se possa manifestar num episódio constituído, ganhando estatuto de consciência. Segundo Freud, não existe nenhum fundamento nos fatos de que os sonhos tem o poder de adivinhar o futuro e nos sonhos não existem sentimentos morais. Como existe uma forte tendência a se esquecer um sonho, por obra da resistência, e quase todos assim se perdem, a função do analista é também de recordação. Ele tem a função de manter o sonho à tona por um tempo mais longo do que espontaneamente se daria e por acompanhar seu movimento de disseminação e nova concentração, e não é uma tarefa fácil, pois em nós também operam resistências.