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domingo, 15 de fevereiro de 2009
977 INTERPRETAÇÃO DOS SONHOS EM FREUD
4-FRAGMENTOS DA TEORIA DE INTERPRETAÇÃO DOS SONHOS.
Foi no decorrer dos estudos psicanalíticos que Freud se deparou com a interpretação dos sonhos. Seus pacientes assumiram o compromisso de lhe comunicar todas as idéias ou pensamentos que lhes ocorressem em relação a um assunto específico, e entre outras coisas, narravam os seus sonhos. Assim ensinaram a Freud que o sonho pode ser inserido na cadeia psíquica a ser retrospectivamente rastreada na memória a partir de uma idéia patológica. Freud disse que todo psicólogo é obrigado a confessar até mesmo suas próprias fraquezas, se acreditar que assim lança luz sobre algum problema obscuro.
Enquanto Freud tratava Frau Emmy von N., em 1889-1890, descobriu que ela apresentava espontaneamente os seus sonhos um material descritivo significativo. Tendo já descoberto a transferência, a resistência e a necessidade de um ego autônomo em terapia, Freud abandonou a hipnose, que criava distorções e adicionava complicações a esses fatores essenciais, e voltou-se para a livre associação e o método que conhecemos como psicanálise. Freud usou então o sonho como ponto de partida para associações que, em última instância, conduziam até as idéias inconscientes que se ocultavam atrás de sintomas e sonhos e eram responsáveis por ambos. Pela primeira vez, o significado dos sonhos era cientificamente abordado.
Todo material que compõe o conteúdo de um sonho é derivado, de algum modo, da experiência, ou seja, foi reproduzido ou lembrado no sonho. É possível que surja, no conteúdo de um sonho, um material que, no estado de vigília, não reconheçamos como parte de nosso conhecimento de nossa vigília, ou de nossa experiência. Lembramo-nos, naturalmente, de ter sonhado com a coisa em questão, mas não conseguimos lembrar se, ou quando, a experimentamos na vida real. Ficamos assim em dúvida quanto à fonte a que recorreu o sonho e sentimo-nos tentados a crer que os sonhos possuem uma capacidade de produção independente. Então, finalmente, muitas vezes após um longo intervalo, alguma nova experiência relembra a recordação perdida do outro acontecimento e, ao mesmo tempo, revela a fonte do sonho. Somos assim levados a admitir que, no sonho, sabíamos e nos recordávamos de algo que estava além do alcance de nossa memória de vigília.
As emoções profundas da vida de vigília, as questões e os problemas pelos quais difundimos nossa principal energia mental voluntária, não são os que costumam se apresentar de imediato à consciência onírica. No que diz respeito ao passado imediato, são basicamente as impressões corriqueiras, casuais e `esquecidas’ da vida cotidiana que reaparecem em nossos sonhos. As atividades psíquicas mais intensamente despertas são as que dormem mais profundamente. Isso nos chama a atenção para o fato de os afetos nos sonhos não poderem ser julgados da mesma forma que o restante de seu conteúdo; e nos confrontamos com o problema de determinar que parte dos processos psíquicos que ocorrem nos sonhos deve ser tomada como real, isto é, que parte tem o direito de figurar entre os processos psíquicos da vida de vigília.
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