Assim é que, se a afinidade entre a cultura somática do grupo ao qual pertence o indivíduo e um sistema médico é pequena, este indivíduo pode apresentar fatos confusos ou mal organizados do ponto de vista da medicina em questão. O relato do paciente parece ao médico/terapeuta como desprovido de sentido porque o corpo e suas sensações são organizados a partir de referenciais distintos.
Podemos considerar, para finalizar, que este distanciamento entre médico e paciente sugere que a busca por outros sistemas terapêuticos pode ser também uma busca de uma eficácia simbólica mais próxima culturalmente falando, que permita uma maior congruência de sentido em relação aos modos de perceber os “sinais” de doença do terapeuta e do paciente.
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