domingo, 5 de agosto de 2007

40 OS TERAPEUTAS ESTÃO CHEGANDO... UNIVERSIDADE HOLÍSTICA JÁ!

Como primeiro passo na direção da proposta por um Programa Holístico de Saúde Coletiva, clamamos pela abertura nas Universidades de cursos de graduação voltados à formação profissional do Terapeuta Holístico
(artigo publicado no Jornal Mercúrio – maio 2005) Ainda inspirado em Marx, Eu, indivíduo portador de idiossincrasias, forjado dentro de um determinado contexto histórico e sociocultural, e macerado, talvez, por um sem número de determinismos e determinações que até desencorajam um arroubo, um verdadeiro arroubo como, por exemplo, nos dias de hoje, de pleno vapor globalization, ainda ser inspirado por Marx, com suas barbas de profeta... Ainda assim resisto e ouso manter-me firme naquele que agora me inspira para analisar minha biografia: formado em Antropologia no Curso de Ciências Sociais na UERJ, com Mestrado em Saúde Coletiva pelo Instituto de Medicina Social da UERJ, e daquilo que deveria ser somente diletantismo, surge um caminho e emerge o astrólogo, o tarólogo, o terapeuta que mescla psicoterapia com Florais e Reiki, um alguém que, no sobe e desce da vida, sempre recorda a sabedoria do Bambu – quem é Reikiano sabe – a sabedoria da Flexibilidade. É, este ‘castelo de destinos cruzados’ que é a vida, cruzou os enredos em um só indivíduo, mas isso não é nada demais: sou um típico cidadão de meu tempo: multifacetado, repleto de símbolos, órfão de ideologias e modelos, capaz de sínteses impensadas, heréticas... É nesse escopo que nasce um discurso transdisciplinar, que é uma espécie de expressão de um ‘anseio intelectual coletivo’... Essa bandeira tão inerente a mim, a minha trajetória, tão minha, não é exclusivamente minha, mas tudo bem, essa relação tem de ser aberta mesmo e muitos pioneiros clamam com outras vozes: Chegou a Hora! ‘Os Terapeutas estão chegando’ no título é só um mote, uma homenagem a Jorge Benjor! Os Terapeutas já chegaram há muito tempo... realmente, nós somos ‘discretos e silenciosos’, mas estou certo que todo mundo já percebeu nossa presença... Entretanto, apesar de contarmos com antecessores de peso, como Hermógenes, Sohaku, Dr. Wu, Sônia Hirsch, entre outros, somente nos últimos 25 anos é que vemos essa configuração singular forjar-se a si mesma como uma nova categoria profissional no cenário mais amplo do mercado de trabalho e mais especificamente, no campo da saúde. Mas essa categoria ainda não se encontra devidamente legitimada, reconhecida, compreendida e parece mesmo sofrer de uma certa ‘crise de identidade’. As pessoas que procuram cada vez mais tais terapias muitas vezes desconhecem totalmente o que procuram ou não têm expectativas corretas em relação aos resultados que podem ser atingidos. Os profissionais da área da saúde costumam sofrer de ‘dupla personalidade’: individualmente, em sua maioria, mostram muitas vezes real interesse pelas práticas holísticas, contudo, em grupo, especialmente enquanto corporação, apresentam uma postura que varia de cética a arrogante (É ridículo a toda hora uma prática legitimada querer ‘fisgar’ uma das técnicas que compõem as Terapias Holísticas e pertence a uma Racionalidade Médica totalmente diferente. Assim foi com a Medicina em relação à Acupuntura, com a Educação Física com relação ao Yoga, etc.). Mas não estou aqui para combater nenhum ‘Mal’ – até porque o verdadeiro Mal é a ignorância. Estou aqui para praticar o bem: Esqueçam as espadas, vamos fazer renascer as flores ‘All We Need is Love’... Bem, mesmo nós, terapeutas ficamos, às vezes, com uma espécie de – com permissão de Nélson Rodrigues – ‘complexo de vira-lata’. O que somos nós terapeutas? Não somos psicólogos, médicos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, psicopedagogos, enfermeiros, ah! também não somos massagistas, prostitutos, professores, esteticistas... Ora o que somos? Somos muitos, somos milhares, já formamos uma ‘classe’, somos uma categoria profissional, temos sindicatos, estamos nos organizando mais e mais, mas o que somos? O que falta para respondermos de cabeça erguida, sem hierarquizações nem títulos de submissão (‘alternativos’ = outsider, marginal; complementar=não principal, subordinado). O que falta em nossa voz é o que falta para que o tal Programa Holístico de Saúde Coletiva, proposta que apresentei no artigo ‘A Crise da Saúde é a Crise da Concepção de Saúde’ (Post. № 2), deixe de ser uma utopia – obrigado aos que me alertam! – e possa se tornar um dia uma realidade que todos nós possamos construir e gozar é justamente o que legitima qualquer categoria profissional: o cuidado, o zelo na formação de seu profissional, na sistematização do saber, de modo que este possa vir a ser pesquisado, revisto, aprofundado, escrutinado e, enfim, exaustivamente testado e por fim transmitido. Quisera eu houvessem aqui no Brasil como em Londres e outras cidades européias e mesmo norte-americanas, Universidades de Homeopatia para não médicos, Astrologia, Terapia Holística, Acupuntura, etc. O que falta para termos voz, cara, alma, coração, enfim uma identidade é um curso de graduação, de Terceiro Grau, que legitime nossas atividades e legalize o profissional terapeuta holista. Não quero combater nenhum Mal, até por que ‘evito qualquer relação com pessoas de temperamento sórdido’... Mas não podemos mais aceitar o que aconteceu na Universidade Estácio de Sá. O que aconteceu com o Curso Superior de Terapias Naturais da Estácio? Por que seus alunos em certo momento receberam uma proposta para abrir mão de seu curso e trocá-lo gratuitamente por qualquer outro curso da Estácio (exceto Medicina, Odontologia e Veterinária)? Ou seja, o cidadão está numa Universidade, realizando seu curso normalmente e a direção da instituição faz a seguinte proposição: Estamos querendo acabar com esse curso de Terapias Naturais, mas tudo bem, vocês podem escolher outro curso (exceto os já citados) e fazê-lo de graça! Ora ora ora, não é muito estranho? Dei aula de Ética e Deontologia aos alunos remanescentes deste Curso Superior de Terapias Naturais - sim por que alguns alunos fizeram valer seu direito de cursar e se formar no curso que ingressaram e que a instituição tinha a obrigação de manter. Graças à colação de grau desses indivíduos, que foram éticos e guerreiros, se abriu um precedente junto ao MEC, que agora pode avaliar novas propostas de constituição de cursos similares. Esse artigo é uma homenagem a esses indivíduos, meus alunos e companheiros de profissão. É em nome de todos os profissionais holísticos, das pessoas que recorrem a essas práticas como opção terapêutica e da população em geral que merece a dignidade de ter acesso a essas práticas, mais brandas e baratas, bem como, em nome da necessidade de um Programa Holístico de Saúde Coletiva, que exigimos:
UNIVERSIDADE HOLÍSTICA DO BRASIL JÁ!

Um comentário:

Andreaha San disse...

Enquanto as Universidades Holísticas não se materializam em instituições, elas são heróicamente desenvolvidas na sede de todas as Vocações: o Coração.

Talvez o que os tempos atuais de gigantescas mudanças de paradigmas tenham a nos revelar, refere-se a distância entre - os modelos propostos pelo conhecimento (sua história e tradições) - e o desenvolvimento do Auto-Conhecimento, através de uma vida 'experimentada', praticada, exercida e apreendida nos por menores de sua Natureza. Ou seja, Vidas integralmente vivídas,não condicionadas por modelos de conduta. Esta reorientação das energias favorece à práticas vocacionais íntegras, deixando naturalmente a resistência aos modelos, de lado.

Apesar do aparente caos, não seriam estes tempos Sábios!?

Não alimentar a resistência em relação 'aos outros' é reorientar a energia para o que é nosso de 'Coração'.