Por uma ecologia das notícias
Michael Schudson, docente de Sociologia nas Universidades norte-americanas da Columbia e da Califórnia, cujas obras se prendem com o papel desempenhado pelos mídia na sociedade, o que fez dele um verdadeiro guru da matéria, defendeu, numa conferência realizada na Fundação Luso-americana em Lisboa, a premência de "uma ecologia da informação" no sentido de se reenquadrar a notícia, resgatando o "entretenimento para a política" e apostando numa linha de "empatia social".
Serão os mídia um instrumento próprio para envolver as pessoas na vida cívica, ou pelo contrário contribuem para enfraquecer uma cidadania pró-activa? Esta foi a pergunta que se impôs como mote do colóquio.
Posto isto, apelando a um jornalismo de proximidade que conte "as histórias dos vizinhos do lado" por forma a captar a atenção do público para notícias tidas como áridas, e desta feita mobilizar os cidadãos para uma maior participação cívica, Schudson apontou o caminho a traçar pelos meios de comunicação social numa era de "grandes transformações" em que a internet, com o seu enorme potencial, deve ser encarada como uma "amiga".
O investigador sublinhou que "as notícias servem a democracia de uma multiplicidade de formas", sendo que cabe aos mídia a função de "informar, investigar, analisar e educar" os cidadãos.
Num espaço de debate onde vários intervenientes foram ouvidos falou-se ainda na necessidade de dar visibilidade a "vozes alternativas" em detrimento das "hegemônicas" que monopolizam opiniões.
Elsa Pereira
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