sábado, 5 de abril de 2008

494 FESTAS E CIVILIZAÇÕES - JEAN DUVIGNAUD

Convergem os caminhos. O barroco é uma manifestação da anomia em que o anseio infinito dos homens assume formas aberrantes na ocasião em que as normas da cultura e os hábitos perderam o vigor. O Ocidente poderia haver estimulado outros valores além do círculo da economia, da acumulação e do trabalho. Teria cedido à tração poderosa do consumo suntuário e da mística da dádiva. Mas escolheu uma outra via e o capitalismo ou socialismo, nas sociedades industriais, falam a mesma língua e atribuem a mesma finalidade aberrante e monstruosa às coletividades humanas – o trabalho, de preferência ao bem-estar e à felicidade.

Assim procedendo, o Ocidente separou-se definitivamente de todas as outras civilizações. Mas posteriormente ele inoculou-as com o vírus da produtividade e, com freqüência, as “novas classes dirigentes” das jovens nações têm pautado os seus rumos pelas mesmas notas dos antigos colonizadores europeus. Desse modo, um mal-entendido pesa sobre o mundo.

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